02/02/1966 - Chega no Município de Morro da Fumaça, com 30 anos de idade, o 3º Pároco – Pe. Júlio Wiggers, que ficou na Paróquia de Morro da Fumaça até 01/01/1968 – 02 anos. Veio da Paróquia da Próspera, em Criciúma - SC.
Pe. Júlio Wiggers procedente de Braço do Norte – SC, Comunidade de São José, ingressou no Seminário Nossa Sra de Fátima no ano de 1957. Sua ordenação aconteceu no ano de 1964 na Capela do Seminário Nossa Sra de Fátima de Tubarão – SC.
Foi por dois anos o cura mais democrático da Paróquia. Era um homem de muita paciência, humanidade, humor, versatilidade. Em fins de 1967 desiste de ser vigário e desiste do sacerdócio.
TRAJETÓRIA
Por JÚLIO WIGGERS.
Nasci em 23 de agosto de 1935, na localidade de São José, no Município de Braço do Norte. Neto de imigrantes alemães, oriundos da Westfália. Os pais, Adolfo Wiggers e Matildes Boeing criaram doze filhos, tirando seu sustento da agricultura familiar. Freqüentei a escola primária pública local até a 4ª série e até os 14 anos trabalhei na roça com os pais e irmãos. Aos 14 anos fui para o Seminário Dom Joaquim de São Ludgero em 1950. Após dois anos de estudos
No ano de 1960 interrompi os estudos por um ano para lecionar no Seminário Nossa Senhora de Fátima de Tubarão. Em 1961 iniciei o curso de Teologia que culminou com a ordenação sacerdotal no dia 05 de julho de 1964. Após concluído os estudos de Teologia, fui designado Coadjutor da paróquia São José de Criciúma e, em fevereiro de 1965 fui nomeado vigário da Paróquia Nossa Senhora da Salete, do Bairro Próspera em Criciúma. No início do ano de 1966 fui nomeado vigário da Paróquia de São Roque de Morro da Fumaça, onde permaneci até 1º de janeiro 1968 data em que me despedi da Paróquia e também do ministério sacerdotal para dedicar-me ao magistério em Florianópolis. Casei com Laureci Pereira Wiggers, com quem partilho a vida e a criação de três filhas e quatro netos.
Exerci o magistério no Instituto Estadual de Educação, na Universidade Federal de Santa Catarina e na Universidade do Estado de Santa Catarina.
Fui Diretor dos “Campi” Avançados de Santarém e Itaituba no Pará, Pró-Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Secretário da Educação do Município de Florianópolis, Secretário de Estado da Educação de Santa Catarina, Presidente da Associação dos Professores de Santa Catarina, membro titular do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina.
De todas as funções exercidas, destaco a de vigário de Morro da Fumaça. Foram dois anos de intensa convivência com a comunidade, com destaque: para os jovens que se agruparam na Juventude Agrária Católica e foram atuantes em inúmeros eventos no Brasil; lembro os fabriqueiros, zelosos e grandes companheiros na administração da paróquia: o Senhor Pedro Sartor que com o badalar dos sinos de São Roque, marcava os horários; as comunidades das Capelas: Linha Torres, Linha Anta, Santa Apolônia, Vargedo, São João e, eventualmente Treze de Maio na falta de um vigário local; destaco ainda: o Prefeito Jorge Silva, a câmara de vereadores, sempre solícita às demandas comunitárias; as associações religiosas e o coral da Matriz de São Roque, na batuta do Narciso Maccari que nunca perdia o compasso; recordo os 39 casais que acorreram para a Paróquia de São Roque em busca de regularização da sua união, embora pertencessem a outras paróquias que dificultavam os casamentos dos casais que já tinham filhos ou outros constrangimentos a que eram submetidos. Destaco ainda a criação do então colégio Dom Anselmo Pietrula, hoje incorporado ao Princesa Isabel e que foi criado graças ao então Secretário de Estado da Educação, Lauro Locks braçonortense como eu, que em atenção à demanda do então prefeito e a solicitação dos jovens fumacense possibilitou que os mesmos concluíssem seus estudos sem terem que viajar para Criciúma.
Os cem anos da imigração italiana em Morro da Fumaça me fazem lembrar tantas famílias de descendentes que conheci e que não me atrevo a nominar, pois que cada um tem a sua raiz fincada nos primeiros colonizadores que desceram o rio Urussanga e os morros de Treze de Maio e Azambuja para cultivar as terras férteis até hoje, juntamente com os poloneses e descendentes de portugueses açorianos e africanos que hoje formam a próspera comunidade fumacense.
Aos Párocos que me antecederam: Pe. Francisco. Pe. Luis e aos que se seguiram fica o carinhoso abraço de quem teve igualmente o privilégio de conviver por algum tempo, com o povo fumacense.
Júlio Wiggers
Florianópolis, abril de 2010.