Padre Francisco Boleslau Chylinski, nasceu na Polônia em 14 de setembro de 1864, e Faleceu repentinamente em 14 de março de 1931, sábado.
Desde
o século XVIII a Polônia foi um território mártir, disputado, anulado,
dividido, fragmentando entre a Prússia e a Rússia. Quando em final do
século XIX o Império brasileiro favoreceu de todos os modos a imigração,
muitos poloneses nela viram uma ocasião de redenção humana e social,
pois, sendo lavradores sem terra, eram submetidos a trabalho servil.
A
partir de 1876 chegam a Santa Catarina, instalando-se em colônias no Rio
Negro, Nova Trento, Mafra, Itaiópolis, São Bento, Massaranduba e no Sul
(Criciúma, Cocal, Linha Batista), a partir de 1890.
Graças
ao trabalho da Igreja católica (ser polonês era ser católico) esses
pobres imigrantes puderam manter seus valores familiares, culturais. Os
Padres da Missão (Vicentinos), Salesianos e diocesanos, todos vindos da
Polônia, deram-lhes atendimento humano e espiritual.
Entre 1848 e 1918 a província polonesa de Posnanska, berço da nação polaca, foi anexada à Prússia com o nome de Posen. A Prússia protestante dominava uma Província 90% católica e procurava protestantizá-la. Berlim instituiu até uma Comissão de Liquidação, para comprar terrenos dos poloneses e torná-los acessíveis aos alemães.
É essa a razão pela qual em 1895 o Pe. Francisco Boleslau Chylinski
chega ao Brasil como de nacionalidade “prussiana”. Foi ele o grande
missionário dos poloneses do sul catarinense, notadamente de Cocal. A
fluência nas línguas alemã, polonesa e italiana favoreceu o apostolado
no mosaico de colônias catarinenses.
Vocação missionária
Francisco Boleslau Chylinski nasceu na Polônia em 14 de setembro de 1864 e foi ordenado presbítero em Cracóvia em 01 de julho de 1888, recebendo o nome de Frei Boleslau.
Pertencia à “Ordem de São Paulo Primeiro Eremita” ou “Eremitas de São
Paulo”, comunidade do século XIII que, no início do terceiro milênio,
ainda permanece viva e conhecida, pois é responsável pelo Santuário de Jasna Gora de Czestochowa, berço do catolicismo e da nação polonesa. Chegou ao Brasil em 1895.
Em
quatro de setembro de 1894 recebe o Indulto de Secularização
temporária.pela Sagrada Congregação para a Disciplina Regular, e o
Perpétuo em 21 de janeiro de 1896.
Em
dois de abril de 1895 recebeu o Uso de Ordens na Diocese de Curitiba,
seguido da nomeação para Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade
em Tubarão-SC, com residência em São Ludgero. Seguindo
a lei, em 1º de julho de 1896 presta o Juramento de Compatriação e de
permanência no Bispado de Curitiba. Em 1º de julho de 1896 é incardinado
na diocese de Curitiba - PR. Entre 1896-1897 é vigário encarregado de
São João Batista em Imaruí-SC, e, de 1898 a 1910, foi pároco de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá - SC.
Padre a serviço de poloneses, alemães e italianos
Os colonos poloneses necessitam de um padre e assim em 1º de junho de 1910 é nomeado pároco de Araranguá e cura do Curato da Natividade de Nossa Senhora, na Colônia de Acioli de Vasconcelos atual Cocal do Sul - SC. Finalmente, de 1912 a 1931 é o cura e pároco da Colônia de Acioli de Vasconcelos,
Hoje Município de Cocal do Sul. A colonização de Cocal do Sul está
ligada à chegada dos primeiros colonos poloneses a outros lugares do Sul
Catarinense.
Seu
raio de ação é imenso, pois se desdobra entre as colônias polacas,
alemãs e italianas, tenta apaziguar conflitos de nacionalidades e de
devoções. Pe. Chylinski, um contemplativo mergulhado na ação, sabe
esquecer as dores por sua Pátria dominada pela Prússia, a todos
atendendo com o mesmo afeto pastoral. Granjeou a confiança dos padres
alemães e italianos, pois o eixo da unidade era a fé e não a
nacionalidade.
Em oito de janeiro de 1930, reconhecendo o conhecimento que o Pe. Chylinski
tem do sul do Estado e sua competência em cartografia, Dom Joaquim lhe
pede que faça um mapa da região com os limites das possíveis paróquias
de Pedras Grandes (?) (Praia Grande - SC), Turvo e Retiro da União
(Sombrio, paróquia 31 de abril de 1938), Passo do Sertão (São João do
Sul, paróquia em 17 de janeiro de 1953), etc, e de Orleans, que não
tinha instituição canônica. O mapa, muito exato, está guardado no
Arquivo da Arquidiocese de Florianópolis. Em 14 de março de 1930 Dom
Joaquim lhe agradece o trabalho e mais, pede um mapa com os limites da possível paróquia de Cocal do Sul - SC.
(...)
........No
decurso do governo pastoral de Dom João Becker e Dom Joaquom Domingues
de Oliveira foram investidos das funções de párocos de Araranguá: de 1907 a 1910 o Padre Miguel Pizzio; de 1910 a 1911 o Padre Francisco Chylinski. – fonte: http://www.clicengenharia.com.br/praiagrande/pessoas/padres.htm - disponével em 20/03/2010 - 17:26hs
A
saúde do incansável missionário dá sinais de esgotamento. Em 27 de
fevereiro de 1931 Pe. Luiz Gilli comunica a Frei Evaristo, Vigário
Geral, que Pe. Chylinski teve um infarto e ficou 12 dias sem poder
celebrar. Nesta data celebra, mas lhe é recomendado repouso absoluto.
Pe. Chylinski faleceu repentinamente em 14 de março de 1931, sábado, aos 67 anos. Naquele domingo, dia 15, receberia a dignidade de Monsenhor. Não precisava disso: seu trabalho é sua honra.
Foi
sepultado na segunda-feira, banhado pelas lágrimas de todo um povo que
não poderia se imaginar sem sua presença santa e dedicada.
Fonte: http://pebesen.wordpress.com/padres-da-igreja-catolica-em-santa-catarina/padre-francisco-chylinski/ - acessado em 27/02/2010. Do Autor PADRE JOSÉ ARTULINO BESEN, nasceu em Antônio Carlos – SC, em 17 de setembro de 1949. Foi ordenado presbítero da Arquidiocese de Florianópolis por Dom Afonso Niehues, em 3 de julho de 1976.
O Vigário PADRE FRANCISCO CHYLINSKI,
só nos visitava uma vez a cada ano. Na Vila de Morro da Fumaça, eram
poucas as famílias, mas muito unidas. Decidiu-se fazer uma Igrejinha,
pequena. Se começou nos fundos. Fez-se primeiro o presbitério, a
residência paroquial. Com muita paciência, as dez famílias foram
construindo, em mutirão, a primeira igreja da Vila de Morro da Fumaça.
Era Toda de Tijolos, o barro para fazer os tijolos, foram extraídos ai
onde é a atual residência do Sr. Mário Simoni, barro esse que era
amassado a pé, pelos fiéis. O Povo da Vila de Morro da Fumaça, vinham ao
terço e depois ia lá na barreira amassar o barro para fazer os tijolos.
Tijolo por tijolo. - TEODORO MACCARI – entrevistado em 18.11.1988
Hoje é dia do nosso querido São Roque. Diz Dona JOANA VERÔNICA NICHELE BERTAN, dn: 20-08-1900 (1898), que a primeira festa de São Roque, foi no dia 16/08/1915, celebrada pelo Padre polonês FRANCISCO CHYLINSKI. Ele falava polonês, alemão, latim, italiano e português.
O pai de Joana, Antonio Nichele foi o primeiro capelão da Fumaça. (BIFF, 1988, p.82). -
SANTA GUGLIELMI ZANATTA – entrevistada em 16.08.1988, às 14:00 horas.